Não pare no tempo

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O mercado de trabalho costuma ser cruel com quem não acompanha a evolução das coisas. E como vivemos em um mundo marcado por mudanças constantes e de alto impacto, não é difícil cochilar na hora errada.

Ainda mais porque os alertas de perigo nem sempre são fortes o suficiente para colocarmos nossa atenção nas coisas que realmente importam. Aliás, é por isso que a questão nem sempre tem a ver com o fato de você mudar ou não, mas com o que você muda.

Em contrapartida, existem sim alguns sinais que mostram que, independente da idade, o profissional está saindo dos trilhos. Alguns deles são:

  • O currículo da pessoa tem várias páginas, com informações desnecessárias, como onde ela fez o ensino médio e quais foram suas experiências de trabalho vinte anos atrás.
  • O último curso expressivo que o profissional recorda ter concluído – e que continua a orgulhá-lo – foi uma pós-graduação há mais de uma década.
  • Quando alguém comenta sobre o LinkedIn, diz que não costuma acessá-lo porque entende que é um site só para quem busca emprego.
  • Acha que entender de mundo digital é o mesmo que saber manusear o básico de Word, PowerPoint e Excel. Além, é claro, de navegar na internet e mandar mensagens pelo WhatsApp.
  • Ainda hoje, quando precisa guardar um arquivo digital qualquer, saca o pen-drive do chaveiro com entusiasmo. “Esse negócio de nuvem é muito arriscado”, gosta de dizer.
  • Mesmo depois da pandemia ainda pensa que home office é coisa de quem não quer trabalhar direito, pois só dá para ser produtivo no escritório ou na fábrica.
  • Cultiva o saudosismo como uma virtude, com expressões do tipo: “No meu tempo, tal coisa é que era boa…”
  • Quando pensa em marcar um happy-hour é sinal de que tá a fim de encontrar os mesmos amigos de sempre. Seu círculo profissional é reduzido.
  • Ao citar exemplos de empresas que fracassaram, sempre vêm à sua mente Xerox, Olivetti, Hermes Macedo e Mesbla.
  • Ainda usa expressões, como: “Pensei em trocarmos algumas figurinhas na hora do almoço. Topa?” ou “Rebobina a fita para eu entender…” E, nessa hora, quem é jovem na sala fica com cara de quem não compreendeu nada.
  • Jura que não vai baixar o aplicativo do banco no celular de jeito nenhum porque é muito melhor ser atendido pelo gerente da agência fisicamente.
  • Adora propagar teorias conspiratórias e fake news nas redes sociais.

Alguns anos atrás, eu comprei uma assistente virtual Alexa e instalei na cozinha da minha casa. Na época nem sabia direito se ela seria útil ou não, mas uma certeza eu tinha: ou começava a entender como os sistemas de inteligência artificial estão começando a fazer parte da nossa vida e carreira ou correria o risco de ligar os pontos apenas tarde demais.

Como já dizia Cazuza, “o tempo não para”. E você, está progredindo junto com ele?

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