Liderança e a capacidade do bom julgamento

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O sucesso de um líder é diretamente proporcional à sua capacidade de tomar boas decisões quando as escolhas envolvem muitos riscos, um contexto caótico e a sensação de que a experiência acumulada até então não vale quase nada.

É por isso que quanto mais trabalho com Desenvolvimento de Liderança mais fico convencido de que o amadurecimento dos líderes depende, especialmente, de apurarmos o seu poder de julgamento nas mais diferentes situações.

Se você assiste programas de TV como o “Shark Tank”, observe a forma como os “tubarões” (os executivos que analisam as propostas dos convidados) avaliam as oportunidades de negócio apresentadas no pitch de vendas de cada candidato. Eles descobrem tudo o que querem simplesmente fazendo perguntas cirúrgicas e desconcertantes. E de onde essas perguntas surgem? Da capacidade de julgamento acima da média que os “tubarões” têm.

Um fator limitante crítico é que o bom senso exige distanciamento dos vieses inconscientes que afetam as nossas escolhas. Somos cheios de preconceitos e limitações que tendem a ofuscar a visão quando decisões importantes estão em jogo.

Por isso mesmo, algumas boas práticas para melhorarmos a nossa capacidade de julgamento são estas:

  • Consulte pessoas que já tomaram decisões semelhantes. Uma conversa informal de trinta minutos com alguém que já passou pelo mesmo tipo de angústia que você enfrenta no momento às vezes é mais enriquecedor do que duas semanas inteiras refletindo sobre o assunto sozinho no escritório.
  • Pare de procurar a “resposta certa”. Na maioria das situações complexas não existe o caminho ideal, mas sim várias opções com algum grau de viabilidade. Cabe a você julgar aquela que melhor se aplica ao caso concreto.
  • Leve em conta as consequências de longo prazo. Procure pesar riscos potenciais contra benefícios potenciais ao considerar diferentes cursos de ação. Por exemplo, avalie como suas escolhas afetarão outras pessoas, tanto dentro quanto fora da organização. O impacto provável em colaboradores, clientes, fornecedores, acionistas e até mesmo na comunidade, se for o caso.
  • Raciocine desde já sobre como essas pessoas que importam reagirão à sua decisão. Quais as necessidades ou preocupações que as movem? Quem provavelmente resistirá à decisão que você está avaliando colocar em prática? E quem irá apoiá-lo(a) logo de cara?
  • Aprenda com o evento. Depois de colher e analisar os resultados da decisão que você tomou, anote em um papel o que te enriqueceu no processo como um todo. Nós não aprendemos as coisas mais importantes apenas vivenciando experiências e sim refletindo sobre elas.

Como diz o personagem interpretado por Woody Allen no filme Crimes e Pecados: “Nós somos a soma das nossas decisões”. Faço votos de que você seja capaz de colher bons frutos em sua vida e no seu trabalho!

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